não digo isto pelas minhas raízes, não digo isto para defender o meu país, não digo isto para desculpabilizar algo que nem foi um erro. constacto apenas os factos e foi verdadeiramente uma questão de sorte e de azar. faço minha a palavra daquele que para muitos é o melhor do mundo: "injustiça", disse ele com  aquele olhar de desdém ao ver os outros onze que exibiam o equipamento espanhol e festejavam a olhos vistos.
a dor, a angústia, a frustração não foram só vossas. todos nós partilhamos os mesmos sentimentos que vocês, embora a outro nível. vocês sim carregam sempre aquele odioso peso na consciência, pois custa saber aquilo que todos sabem mas que não conseguimos mostrar: as capacidades para chegar mais longe que nós certamente possuíamos.
futebol não é só alegrias, é também saber sofrer e aprender com as derrotas. fomos grandes porque aguentámos mais de duas horas naquele estádio sem um único golo sofrido, fomos grandes pois defendemos sempre, fomos grandes porque nos lesionámos mas não desistimos, fomos grandes pois acarretá-mos sempre com as consequências, fomos grandes pois soubemos errar, fomos grandes porque mostrámos potencial, fomos grandes por todos os vinte e três jogadores que temos, fomos grandes pelo treinador, fomos grandes pelo excelente capitão que mostrou estar de volta, fomos grandes porque brilhámos, fomos grandes porque exibimos evolução, por melhorarmos... e bem cá no fundo, isto para nós foi uma vitória. perdemos? sim, mas de pé. 







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 pressão, ansiedade, nervosismo, tudo coisas que preferia evitar em qualquer situação. nunca sabemos bem o que esperar nestes momentos, o que pode realmente acontecer mas há algo que nos mantém vivos: o positivismo, a ideia de termos o que realmente queremos, o melhor, e é isso que nos mantém a cabeça sempre erguida e as expectativas altas.
este caso não é excepção e se para todos nós isto é um sonho, para aqueles jogadores é, para além de mais um árduo desafio, uma mudança completa nas suas vidas e mais um grande objectivo para o prosseguimento das suas carreiras. as probabilidades distanciam-nos ora da vitória ora da derrota.
mas se estivemos aqui a partilhar a felicidade e a festejar até agora, também estaremos aqui para aceitar uma perda. essas já as enfrentámos mais do que uma vez e em piores situações e não é agora que iremos abandonar quem nunca nos deixou, quem lutou até à exaustão para nos representar, quem caiu e se levantou, tudo para abrilhantar o nome do nosso país, para que os outros o reconheçam dignamente.
por isso vamos apoiá-los. são eles que ficam no chão, com o peso na consciência, quando falham e são eles que seguram esse peso quando se deitam, quando regressam às suas casas, quando são alvo de uma imensidão de jornalistas. são eles que jogam por nós, que se sujam, que gritam, que saltam, que têm garra... por um golo, por uma vitória.
por isso ponham a bandeira na janela, o cachecol ao pescoço. pintem a cara, liguem a televisão ou aumentem o volume do rádio. gritem portugal até mais não. quero sentir o verdadeiro povo, aquele que nunca desiste e não aquele que reclama à mínima falha. exigimos mais? sim, mas todos têm o direito de errar. deixemo-nos de lamentações pois, apesar de os tempos não serem os mais fáceis, tentaremos ser alegres enquanto podemos: vamos mostrar-lhes que aqui estamos juntos e que queremos ganhar. e querer é poder.
somos um país com história desde sempre e não é agora que a vamos terminar. por isso, queremos que onze tragam a taça para "casa", onde mais de dez milhões os esperam, sempre aqui.







                 
o patriotismo sempre me chamou mais alto e Portugal sim, será sempre uma enorme paixão para mim, por mais que o meu interesse por ver futebol seja quase nulo. mas com o meu país será sempre diferente, pois só o facto de nos representarem perante tantas pessoas faz de todos nós muito mais importantes e inevitavelmente orgulhosos.
para mim vocês serão sempre os gigantes, aqueles que por mais que falhem eu sei que se levantam. com vocês eu verei sempre para além das coisas, eu arranjarei sempre um motivo para vos defender pois há uma força incontrolável dentro de mim que, para onde quer que vá, me levará sempre às minhas origens.
foram milhares de pessoas que comigo ficaram sentadas no chão a ver-vos: sujas, com dores de garganta, com calor ou frio, arrepios, empurrões, a exclamarem ditongos sempre que a bola se aproximava de uma das balizas, a reclamarem por não verem um pormenor do jogo ou por todas as faltas cometidas contra vocês, a saltarem tão felizes a cada golo... sempre com um cachecol, um chapéu, uma bandeira, uma pintura. este é o tipo de pessoas que têm a vosso lado e que, acreditem, continuarão aqui para vocês. independentemente do sítio onde estão, o espírito sobrepõe tudo e o desejo da vitória une-nos fortemente.
pois pouco importa o facto de mal saber as regras se gritarei sempre: "GOLO" mais alto do que nunca, baterei palmas sempre que aparecerem no ecrã, por pior que vos conheça e, mais importante do que tudo, orgulhar-me-ei sempre ao erguer a nossa bandeira bem alto, por pior que tenha a dizer sobre o nosso país.
somos nós que sentimos isto tudo só para ficarmos naqueles intensos 90 minutos com enormes expectativas. somos nós que sentimos um misto de diferentes emoções e que, mesmo assim nunca desistimos de vos ver.  tudo por vocês, que nos fazem ter amor à camisola e que nos criaram esta paixão, este sentimento que faz com que nós passemos por tudo isto.
eu quero sentir que nos respeitam, que nos olham de maneira diferente. o apoio claramente já vocês têm, agora só precisam da vossa força interior, da vossa coragem para manter este grande sonho.
e de cada vez que forem jogar? sintam o bater do vosso coração: é lá que existe sangue português e todo o seu orgulho. e é isso que nos une sempre, neste país de lutadores. somos grandes, lembrem-se








                 
mostraste tudo o que eu nunca esperei de ti. eras uma das pessoas em que eu mais confiava, com quem eu me sentia mais à vontade, num pequeno e confortável mundo, só nosso e no fundo nunca soube definir muito bem esta nossa relação tão especial.
contigo descobri-me até a mim própria. cresci, tornei-me uma pessoa diferente e mais forte. aprendi a aproveitar cada momento, que agora apenas posso reviver.
hoje, aprendo que tudo na vida é temporário e percebo o quanto sinto a tua falta, da pessoa que eras. lamento que tudo acabe assim, contigo a ter uma ideia errada minha. que penses que eu fosse capaz de tentar intervir com a tua felicidade, que fosse mesmo ao ponto de mentir. com que objectivo?
amei-te? sim, demasiado, até. mas nunca seria capaz de te tentar impedir simplesmente porque estás com alguém. não quero que me perdoes por algo que nunca tive culpa, e entende que sobre este assunto nunca irás ouvir a palavra:  "desculpa" sair da minha boca.
o facto de não falares comigo mostra que te deixas-te influenciar, como sempre.  baseaste-te na opinião dos outros e não pensaste sequer em mim quando agora nem existo para ti.
é triste quando desvias o olhar, quando baixas a cara com vergonha, quando ignoras todas as tentativas de aproximação, quando te afastas, quando olhas como quem critica, quando falas claramente de mim a outros. desiludi-te? é mais do que mútuo. gosto de ti mais o que alguma vez possas vir a imaginar, mas isto é quem sou, tenho pena que as tuas influências não me possam aceitar.
por fim, agradeço todos os momentos que passámos juntos, e apesar de tudo quero que saibas que guardo cada um melhor do que o outro. cada partilha de sorrisos, um abraço, um beijinho, uma gargalhada... percebe que isso a minha mente nunca irá esquecer, bem como as desiulusões que já tive quando o motivo eras tu.
se um dia foste um amigo (demasiado) especial, hoje estás a tornar-te num estranho. até um dia