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quando uma grande oportunidade é dada ficamos sempre a pensar se o devíamos ter feito ou não. o tempo passa e se os momentos valem a pena então a felicidade de termos arriscado não poderia ser maior. mas uma coisa é certa: prometemos, nem que seja uma só vez, que não daremos uma segunda.
até que chegamos à dada situação e é difícil resistir e não fazê-lo, porque a adoração à pessoa é tanta que o peso na consciência por não a deixarmos entrar outra vez na nossa vida é excessivo.
mas depois recordo-me do facto de me teres trocado sem explicações e sem a decência de mo revelares e, assim, de eu o ter descoberto por quem menos esperava. de me teres convencido a esconder algo que eu tanto queria assumir como uma relação... não, alguém assim não merece sequer um sorriso, quando o que me deu foi maioritariamente lágrimas, mesmo sem se aperceber.
a distância é uma opção cada vez mais em mente. porque já não é uma questão de querer, é uma questão de precisar.











           
as lágrimas escorrem e eu não sei qual a razão. os soluços aumentam e eu não entendo o porquê. o desespero é maior e eu não encontro nenhuma explicação. tantas dúvidas surgem, tanta tristeza me inunda mas os motivos são tantos e, ao mesmo tempo, tão poucos...
mas, no fundo, sempre que tento obter resposta, encontro-a fatalmente dentro de mim: é a falta de alguém que sinta a falta de mim.
como pode existir tanta frustração sobre algo que não temos? como é possível perder algo que nunca foi nosso? e, mesmo assim,  há um vazio quando esse algo parte mas... mas ele nunca chegou concretamente.
tenho o mundo confuso como nunca mas já não tenho aquela necessidade de que tudo faça sentido pois basta-me a tua presença. a verdade é que contigo essa sensação só se agrava mas, pela primeira vez, sinto-me completa.
eu preciso de ti, eu dependo de ti. não é recíproco mas cheguei a um ponto de dependência em que, infelizmente, chego a ignorar isso. mas que lamentável esta fase da minha vida, em que dependo de um individualista para ser feliz...