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desta vez chorei mais do que nas anteriores. sem querer ter as atenções voltadas para mim, apenas foi o auto controlo que... bem, ironicamente se descontrolou e ali comecei, em frente ao ecrã do computador, sentada na cadeira do escritório. não sou de me desfazer em lágrimas em frente a terceiros, por mais que me custe ouvir ou ver algo, aguento sempre com aquele nó na garganta que até me arrepia o pescoço. mas naquela altura não hesitei e cai na realidade de que não havia volta a dar.
disse num fio de voz que fora um filme tolo que me tinha posto naquele estado quando alguém me perguntara o que se havia passado e ninguém levantou suspeitas. desejei tanto ter a minha irmã naquele momento a meu lado... lançar-me-ia nos seus braços como quando era criança e choraria até mais não no seu ombro. a diferença é que não seria por uma discussão com a mãe por me ter ralhado mas sim problemas do coração, os primeiros realmente sérios.
"(...) devemos parar de vez". "de vez"... um ponto final, um fim, um adeus. odeio quando algo termina. algo que ainda por cima me fez tão feliz, algo que me motivou a levantar-me todos os dias e a deixar a cama ainda aquecida para rotineiros, tristes e longos dias de Inverno. sem ti, esta estação seria ainda mais melancólica do que caracteristicamente já é. curioso termos terminado tudo no primeiro dia de Primavera, não? e mais curioso é eu utilizar a palavra "tudo" quando, de facto isto foi... "nada", especialmente para ti. não alcançou a seriedade suficiente para definirmos como uma relação. não ultrapassou uma paixão proibida e infantil, secreta e que me fez desperdiçar metade de um ano da minha vida. seis meses de algo supostamente insignificante mas que, porém, me fizeram aperceber da quantidade infinita de coisas mais produtivas do que desfazer o próprio coração.
as horas passam e mesmo assim, basta ter-te um pouco nos meus pensamentos ou reler a despedida que me escreveste para os olhos se marejarem de lágrimas, sabendo que não te irão ter de volta, que os teus lábios já não se irão juntar aos meus e que os nossos corpos não se irão mais fundir como duas peças de um complexo puzzle.
a sensação de querer olhar para trás é-me muito tentadora mas ambos sabemos que por vezes não é desistir, é admitir que nem sempre vale a pena insistir numa coisa da maneira como está. nunca devia ter apressado algo que não merecia sequer pressa nenhuma ou mesmo ter tido o privilégio de um começo mas secalhar agora o destino faz sentido, secalhar então tudo acontece mesmo por uma razão.

1 comentário:

  1. adorei a tua escrita, e "apenas foi o auto controlo que... bem, ironicamente se descontrolou" cativou-me a atenção. brincas com as palavras tão facilmente, que é um gosto lê-las. beijinho

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